não tenho certeza absoluta do que vou dizer, mas vá lá. gosto de algumas coisas do "politicamente correto". por exemplo, acho importante que aqueles que eram chamados de "excepcionais" passem a ser chamados de "portadores de deficiência". também acho importante que as empresas sejam obrigadas a oferecer empregos a eles. mas tem alguma coisa nisso tudo - por exemplo, a rejeição ao fato de alex atala ter matado uma galinha ao vivo, na dinamarca - que, a mim, nascida nos anos sessenta, soa como um corte laminar do trágico na vida. o trágico não comporta o asséptico e eu não concebo a vida sem ele.
galináceos verdes, como o ócio, inventando cantos contra quem as condene, pela penugem fora do contexto...
ResponderExcluirdeficiência é falta? incompletude? não é esquisito portar uma falta? é trágica a incompletude? a assepsia gera a tragédia? será que a galinha é mais feliz, sem fazer perguntas?
ResponderExcluirguardo uma vaga lembrança de uma galinha que percorria de perto o coração selvagem do livro de clarice Lispector. até hoje, parece que fujo daquela galinha. às vezes, consigo uma aproximação, já cheguei a ler até o final, mas sempre difícil a vertigem do medo de ler clarice. no galinheiro de Miguel Pereira, não lembro de sentir o medo. ao contrário. nem no trem. nem no breu da noite plena de vagalumes. mas da galinha da infância do coração selvagem continuo sentindo muito medo.
ResponderExcluiros: o que é URL? AIM? OpenID?
li e lembrei. às vezes é bom lembrar, só às vezes: "é no trivial que está o trágico. como pode não estar: a grama do jardim é mesmo grama, a sopa da sopeira não esconde nenhum símbolo e o beija-flor é a negação do mistério." As Meninas (Lygia Fagundes Telles)
ResponderExcluir