quarta-feira, 10 de novembro de 2010

pau

tinha dificuldades em fazer amizades quando era pequena. na praia, então, minha mãe se aproximava de alguma criança e perguntava: "quer ser amiguinho da minha filha?", com isso quase me enterrando na areia de vergonha. a criança geralmente queria e ficava minha amiga. hoje, penso que aprendi, com ela, que ser cara de pau é uma subversão de conteúdo até político. trata-se de uma contorção na expectativa de decoro, que desarma o interlocutor e o obriga a atitudes mais sinceras, porque impensadas.

2 comentários:

  1. com estas coisa que mamae nos ensinou, foi que aprendi que o maximo que se pode receber como resposta é não....o que é nada perto do tanto que pode vir.
    E que é sempre bom tentar

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  2. "que desarma o interlocutor e o obriga a atitudes mais sinceras, porque impensadas." Muito, muito bom.

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