quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

unúntrio

tudo conspira para o pessimismo. mas continuo otimista, quem sabe numa resistência inocente, mas algo me diz que também necessária. a verdade é que, no japão, descobriram o unúntrio, o elemento cento e treze da tabela periódica e isso é bom, porque, afinal, agora eles planejam seguir pesquisando o território inexplorado do elemento cento e dezenove e além. amém.

domingo, 27 de dezembro de 2015

árvore

o que faz com que uma árvore seja só aquela árvore e mais nenhuma outra? é algo intrínseco a ela, seu ser, sua essência? ou é extrínseco e está na circunstância, no espaço e em quem a olha, nesse caso dispensando a essência? ou é ainda mais distante, uma metafísica cósmica, algo que toca todos os seres e os faz serem quem são? ou serão todas essas coisas e meu olhar sobre a árvore não passaria de uma aceitação do que ela já é, o que, por sua vez, só adquire verdade pelo meu mesmo olhar, olhar que, sem o mistério da visão, nem mesmo existiria?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

que

que pensemos nos meios mais do que nos fins; que pessoas afins pensem mais no que os torna afins do que nas bobagens que os diferenciam; que fiquemos a fim de muito (e de pouco); que sejamos mais finos, mas também mais desafinados e que, no fim, compreendamos o pequeno círculo do finito, o susto de um oh, e, que coisa, já acabou.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

congresso

ser adulto implica o aprendizado do não. ninguém há de discordar disso. é a assimilação dos limites, da possibilidade de cercar o desejo infantil - sempre à espera de uma brechinha - de ser totalmente realizado, atendido, recebido. por isso, ser adulto tem a ver, necessariamente, com elegância, que vem de "eligere", que é essa dor (e a delícia difícil) da escolha fina, de não poder ter e ser tudo o que se deseja. e é isso o que falta ao nosso congresso infantiloide, com sede de plenitude sem limite: elegância. o aprendizado operoso de ser adulto.