domingo, 12 de outubro de 2014

mira schendel

alguns artistas, como mira schendel, chegam a um tal grau de penetração e integração com a linguagem artística, que atingem um lugar em que tudo o que fizerem, pensarem, produzirem, é arte.  se mira desenhasse um traço, seria arte. se escrevesse "e", seria arte. e, por outro lado, também não precisam mais dizer "isso é arte", "isso não é arte", porque ultrapassaram o campo do classificável. chega esse momento em que não é preciso mais ativar um repertório simbólico para se produzir linguagem, porque, para alguns, tudo é simbólico e nada mais precisa ser simbólico. comer é linguagem e pintar é vida.

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