sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

triângulos

o pai, durante o shabat, fazia pequenos triângulos de papel e os colocava sobre o móvel, para não manchá-lo quando a cera das velas, acesas nos candelabros, derretesse. literatura é sobre isso. e não sobre dizer que o pai era cuidadoso, obsessivo ou sobre o amor que um filho sente ao lembrar desse gesto.

3 comentários:

  1. quando você partiu, consumado estava só o que era novo. como quem olhou o firmamento e viu no escuro de dentro o tempo ofegante de correr em vão espaço numa mesa que era arco. faz rir ainda o pai ; e a cera quente que selava a cena persiste no papel de três lados que aponta a sua presença.

    ResponderExcluir
  2. 'Quase Memória, o quase-romance, de Carlos Heitor Cony, confere ,exatamente, com o que foi dito. O balão e o embrulho são os triângulos de papel e as velas. O embrulho é a madeleine do quase-romance, que caminha ,aparentemente, desgovernado entre a linguagem do romance e da crônica.Um primor.

    ResponderExcluir
  3. 'Quase Memória, o quase-romance, de Carlos Heitor Cony, confere ,exatamente, com o que foi dito. O balão e o embrulho são os triângulos de papel e as velas. O embrulho é a madeleine do quase-romance, que caminha ,aparentemente, desgovernado entre a linguagem do romance e da crônica.Um primor.

    ResponderExcluir