domingo, 13 de novembro de 2011
bárbaro
o romance "esperando os bárbaros", de coetzee, é como um romance de kafka menos concentrado, menos absurdo e, até por isso, ainda mais absurdo. nele, vai-se percebendo que os bárbaros, mais do que o outro, são o mesmo. o bárbaro é aquele que teme a quem nomeia bárbaro; é, mais do que tudo, o temeroso; aquele que em tudo enxerga o temerário. o maior outro de todos é a morte e é ela que se teme no outro. mas ela vem de qualquer forma e de onde menos se espera e temê-la no outro é antecipá-la, é viver a morte antes que ela venha. o temor do bárbaro mata e morre.
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