domingo, 29 de janeiro de 2012

café

sabe aquela mulher que tem quarenta e quatro anos, três filhos, é bordadeira, o marido é pipoqueiro e percussionista nas horas vagas e que mora em purwakarta, na indonésia? então. os filhos já, já vão voltar da escola e ela, agora, está passando um café.vai tomá-lo numa xícara que é a sua predileta. a asa está quase quebrando e o pires sumiu, mas ela só usa essa xícara mesmo, porque é de uma porcelana bem fininha.

4 comentários:

  1. Entendo a felicidade dela. Eu sentia alguma coisa parecida tomando água nos dias quentes num copo cheio de desenhos que eu trouxe da França, até que meu enteado quebrou ele. Depois disso, continuo sentindo a mesma coisa, tomando água em outros copos. A felicidade da bordadeira deve ter pouco a ver com o café ou com a xícara. Deve ter a ver com a autonomia dela, com fazer tudo com cuidado, prestando atenção pra não atrapalhar os outros. Não vou esquecer do amor do marido (e pelo marido) e dos filhos ( e pelos filhos). Felicidade tem a ver com amor, eu sei.

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  2. lembrou-me em contraponto a tristeza de "Le dejeuner du matin" de Jacques Prevert. tao inteira e confotavel a xicara sem asa nem pires. nao precisa.

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