sábado, 7 de janeiro de 2012

saco

não sei se os animais pensam - parece que alguns pensam, sim. mas ninguém, como os humanos, pensa que pensa. esse é nosso veneno e nossa delícia. quando, quanto e como a consciência da consciência é veneno ou delicia depende justamente de como se pensa que se pensa, se sabe que se sabe, se sente que se sente. mas que é um saco, é.

4 comentários:

  1. Isto me lembrou uma carta do pintor Franz Marc, em que ele diz: "Existe ideia mais misteriosa para um artista do que imaginar como a natureza se reflete nos olhos de um animal? Como um cavalo vê o mundo? E uma águia? E um corço? E um cachorro? (...) O que o corço tem em comum com a imagem que temos do mundo? Existe por acaso algum sentido racional, ou mesmo artístico, em se pintar um corço tal como ele aparece em nossa retina, ou ainda na forma cubista só porque nossa percepção do mundo se faz à maneira cubista? QUEM PODERÁ DIZER QUE O CORÇO SENTE O MUNDO À MANEIRA DOS CUBISTAS?" [grifo nosso porque: melhor frase] Do livro Teorias da Arte Moderna H.B. Chipp, Martins Fontes

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  2. Com licença para uma outra citação do mesmo Franz Marc, de 12/04/1915, que não tem nada a ver com este post mas talvez com outros momentos deste blog de que gosto tanto:

    "Sinto com frequência que tenho algo de misterioso, de muito feliz, dentro do bolso; algo que não devo olhar. Coloco a mão sobre o bolso e, de vez em quando, apalpo-o pelo lado de fora."

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