segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

liberdade

lendo "to the lighthouse", de virginia woolf, sem exagero um dos melhores livros que já li na vida, pensei que talvez o discurso indireto livre, que a autora praticamente inventou, pelo seu uso tão renovado, intenso e único desse recurso, seja uma manifestação de sua tão conhecida loucura. o discurso indireto livre, de alguma forma, também é, como o eram as vozes que virginia ouvia, um delírio do narrador, que faz com que a narrativa se divida e se multiplique ao mesmo tempo. ele,  como um dos recursos essenciais para a formação da literatura moderna, enlouquece o discurso, desvia a onisciência do narrador realista e o joga no mundo ínfimo do personagem. nem os narradores mais astutos conseguem escapar dos caminhos inadvertidos e inesperados da liberdade desse discurso.

3 comentários:

  1. não podes, tampouco deves, passar quatro dias, "calada" dos teus escritos, neste teu "nada está acontecendo". eles (os escritos) - por lógico que os teus, criaram um dependente: eu! acho que tens - nessa síntese precisa- uma alma que vê o lado obscuro do mundo, e que consegues transmitir, com a nitidez solar, alguns dos sonhos que estão enterrados no invisível, e que são para uns poucos!

    ResponderExcluir
  2. Nossa, que lindo, o que esse Anônimo escreveu para você, Noemi. Bem que eu queria um Anônimo desses pra mim... Por favor, ensina-me a escrever como você. Um abraço aos dois. Ass.: Anônima

    ResponderExcluir