sábado, 18 de maio de 2013
azul
esqueço o sonho que não tive. também lembro dele. era azul o lugar e um homem segurava uma frase longa, se enrolando nas palavras, mais especialmente nas conjunções: contanto, apesar, embora. acho que era hamburgo, na fronteira com a dinamarca. isso, isso é a memória. ou melhor, o esquecimento, que, na verdade, é o lugar azul da memória, lá onde ela se transforma em mar e se indistingue do céu. o esquecimento é a polpa azul da memória, lá onde as palavras se enroscam e não sabem o que querem dizer. às vezes acho que esquecer é mais, muito mais vivo do que lembrar. por isso, te esqueci, sim, o que me deixa cada vez mais próxima de você.
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Lindo, Noemi. Beijo, Valéria
ResponderExcluirNoemi, como diria o Oswald (ou será que era o Mário?!), tuas azulzices me "bouleversam"! Sem contar que muitos escritos teus são quase-mini crônicas. E hiperagudas, é claro!
ResponderExcluirLindo.
ResponderExcluirPoeticamente lindo. Ou vice-versa.
ResponderExcluirIncrível. Uma delícia de ler.
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