sexta-feira, 29 de maio de 2009

circo

sonhei que meu nome era maria kazuma e que eu precisava escrever sobre o chico buarque e o jorge de lima. contei para um amigo, que me disse que o disco "o grande circo místico" tinha sido inteirinho baseado num poema do mesmo nome, escrito por jorge de lima. o poema é sobre várias gerações de um circo húngaro. a canção "sobre todas as coisas", que fala de alguém abandonado pelo amor de deus, é uma contra-argumentação a um trecho do poema em que uma equilibrista do circo, que tem a paixão de cristo tatuada no ventre, faz com que os homens que se aproximam dela não consigam amá-la. chico buarque pensa que ninguém deve deixar de amar por amor a deus. pensei também que a maria kazuma do meu sonho era alguma representação do meu desejo de ser a maria kodama, assistente e mulher de borges. imaginei que maria kodama fez uma viagem à hungria, onde ela conheceu esse circo, voltou para a argentina, contou para borges, que deve ter contado a jorge de lima, que escreveu o poema, que foi musicado por chico buarque e, mais tarde, sonhado por mim. não acredito em mensagens, mas na linguagem. os sonhos são, como os poemas, palavras deslocadas, que viajam pelo mundo e pelos olhos, pelas memórias e lugares, reunindo possibilidades. assim eles gostam de ser sonhados.

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