quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
elevador
dentro da própria cidade, esquecemos de nossa desimportância. tudo é tão sincronizado, funcional e articulado, que parece ter sido feito precisamente para nós. a cidade é uma grande máquina que existe para nos servir. quando saímos um pouco, percebemos enfim toda a armação narcísica: tudo falta ou sobra, a cidade é totalmente autônoma e ninguém nos olha nem entende; nem o cobrador de ônibus, nem o garçom, nem o vizinho. daí então vem uma pequena compreensão de como ser um ascensorista de um velho elevador na plaza de mayo é a mesmíssima coisa que ser um escritor reconhecido em seu país; tanto na sua grandeza como na sua pequenez.
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o que não se quer ver mas se percebe é que a cidade nunca estará pronta.
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