terça-feira, 13 de agosto de 2013

lâmina

você disse que eu ando triste e é verdade. fiquei pensando por que e não sei. mas acho que são os trens nas plataformas, as pessoas que entram neles, vão para outros lugares e as outras que ficam; é uma louca que vi em varsóvia, há cinco anos; um pedaço de lâmina quebrada que achei na rua e uma fila longa. é também um sonho interrompido pelo barulho de uma sirene e uma casa em salvador, quase desbarrancando. e, por fim, a alegria. ela carrega uma bolha na beirada. você entende, não é?

4 comentários:

  1. 'ando triste' é bom. porque andar é bom, sabe?

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  2. descobri que sou dessas pessoas horrorosas que acham que cachorro é bicho. mas o que posso fazer se a rachel disse algo inteligente ao chendler nalgum episódio x da temporada y?
    nada.
    talvez eu tenha alguma coisa a ver com os pentelhos da nanda, agora que descobri o q eles queriam dizer sobre "pós-moderno". é tanta definição de tanta coisa, que ando tomando cerveja como quem toma vinho.
    enfim, o melhor da classe média é poder rir (dela?). talvez essa coisa nélson rodrigues, que se apoderou de mim recentemente, tenha me feito percebeber as estagiárias de calcanhar sujo. e os padres de passeata.
    menos moderno, fidel faz aniversário no mesmo dia em que a playboy.
    enquanto além paraíba acaba, assisito no natgeo uma trans feminina casando com um trans masculino, e pasmem: são felizes!
    mas a felicidade é uma pluma (sempre elis) que o vento vai levando pelo ar.
    fico com cazuza: as promessas de felicidade são egoístas, meu bem!
    somos uma grande narrativa; sim, a gente mesmo. indivíduo.
    escrevo pra não enlouquecer e sei q é inevitável.
    se fosse no leblon, eu tomava um café. ou sei lá, viagem pela cvc, tabela de calorias. mas meu deus!!!! eu moro em mim, esse louco, aqui dentro, falando falando falando.
    quem é?
    diz meu analista q tá tudo bem, obrigado. mas eu desconfio: neurose? ah, q bom... será? kkkkkkkkkkkk
    opa!, calma, nem tão fora-da-casinha assim, só tô matando o que temos hoje de mais caro no mundo: tempo. isso é horrível, digo, perder tempo: todo mundo igual carro, tipo utilitário, sabe?
    então, chega!!!
    quero o à toa, o sem sentido, sem necessidade. o tempo de ler um texto sem ter de saber q fulana chegou da itália com 2345 fotos pra "mim ver". socorro!!!!!!

    nah, nada disso, tá td muito bom, td muito bem, como sempre.

    são apenas delírios.

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  3. o andar das carruagens faz-nos monótonos e conformados. bom seria se os trem voassem e nos ofertassem suas asas. e como ícaros, derretêssemos, minuto a minuto, durante a queda...

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  4. "Mamãe, isto não é uma fatia, é uma lâmina!" já não lembro qual era o bolo que estava na mesa. a casa, onde morava um ex-namorado e sua família, ficava e, por incrível que pareça, ainda fica no bairro do Jardim de Botânico. Casa de rua, com calçada. quando passo perto, olho de esquina, para ver se ela ainda está lá. a casa. quem lá fazia o bolo era uma antiga senhora que trabalhava para a família havia muito tempo. minha mãe fazia bolos muito bons. suas fatias não eram lâminas, ao contrário, eram quase "toras" e dizíamos que ela nunca poderia ter uma confeitaria, com aqueles pedaços. e o melhor, ainda tinha um boa fatia para levar para casa. Também faço bolos, e até um ano atrás ou mais, costumava dividir com a vizinhança, na papelaria, no mercado, no vídeo. bons pedaços. mas, lâminas ainda de infância, começaram a cortar a vontade de fazer bolos. cadê o bolo? não estou conseguindo fazer, estou triste. e ele não dizia para jogar baralho, dançar, e todo o rosário desfiado para afastar quem fala de tristeza. o tanque de roupa também é uma prescrição, mais tosca, mas aparece. Soubessem que ela fica ainda mais afiada.

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