sexta-feira, 22 de junho de 2012
vírgula
ouço uma palavra chegando. ela não bate à porta, não avisa a que veio, nem por onde andou. ela aparece, senta-se e me olha. ela fala: sou a vírgula. eu pergunto: o que você quer dizer? ela diz que não quer dizer nada. ela só quer água e pão com manteiga, porque andou muito, está cansada. eu a recebo, deixo-a dormir e a coloco ao lado da palavra urso, que tinha chegado mais cedo. elas ficam bem assim, uma ao lado da outra. mais tarde, quando elas estiverem acordadas e mais bem dispostas, vou convidá-las para ver televisão.
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Escutemos os Poetas ("pensar é estar doente dos olhos" ou em contraste, pelo outro heterônimo: "o que em mim sente está pensando")
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ResponderExcluirPra que as vírgulas fiquem felizes vendo televisão, você vai ter que deixar com elas o controle remoto. Vou adiantar o que vai acontecer: as vírgulas vão ficar apertando o pause direto e reto. Um saco.
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