domingo, 22 de julho de 2012

dezessete

o antropólogo islandês eiour smari guojohnsen descobriu, após longas e profundas pesquisas, que, numa ilha a noroeste da islândia, de nome asgrims, os habitantes não estabelecem as divisões da natureza e do mundo a partir de pares, como fazem todos os povos da terra, mas a partir de grupos de dezessete. assim, se alguém deseja tomar um banho, há dezessete e não duas ou três gradações, como frio, morno e quente. as temperaturas variam em: extremamente gélido, altamente gélido, gélido, extremamente frio, muito frio, frio, na passagem de frio para morno, quase morno, morno, na passagem de frio para quente, quente, muito quente, extremamente quente, pelando, altamente pelando, extremamente pelando e em estado de fogo. da mesma forma, estabelecem-se graus para o dia e a noite, a confiabilidade de uma pessoa, a madureza de uma fruta, a qualidade de um alimento. eiour relata que a comunicação, em função dessa divisão, é tão lenta e trabalhosa, que os habitantes de asgrims preferem permanecer calados a maior parte do tempo. parece que essa é uma das razões por que eles parecem sempre tão satisfeitos.

4 comentários:

  1. eiour então confirma a tese do silêncio falante. essas palavras que nos perseguem de todo jeito: olhando,tocando,até respirando.

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  2. um mistério: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ei%C3%B0ur_Gu%C3%B0johnsen

    a variação mais próxima do antropólogo citado por você é um jogador de futebol. queria ler o antropólogo. onde o encontro?

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