sábado, 9 de novembro de 2013

refugo

todo livro de ficção é uma biografia e uma autobiografia. todo livro de não-ficção também. refugo aproveitado dos sorvetes de uva da kibon, o chocolate lingote, o suicídio de getúlio, o sonho da casa própria, o liquidificador walita, a escola do pedrinho, o brasil justo e igualitário. a verdade, a intimidade e outras quimeras moram contíguas às versões, os acasos e as fofocas. um elefante verde é igualzinho àquele vestido usado no batizado da prima, lembra? não lembra?

2 comentários:

  1. e quem não se lembraria? o elefante que voa está, agora, pousando no himalaia, o livro, sendo discutido se sobrevivirá em papel, as estórias sempre superarão a história, pois "manda quem pode e obedece que tem juízo". e o resto é feito de confeitos, servidão, serventias, e alguma possibilidade de um prazer, instantâneo!...

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  2. Uma vez, num debate sobre os limites de gênero, fantasia, etc., alguém usou o termo "ficção especulativa" (speculative fiction), definido como uma ficção que imagina como seria o mundo se fosse um pouco diferente do que conhecemos; portanto, uma literatura do "e se...?" Por exemplo: e se existissem vampiros? E se existissem magos?

    O problema dessa definição é que toda ficção é especulativa. E se um capitão obcecado transformasse sua vida na caça a uma baleia branca? E se um inquilino revoltado matasse a proprietária do apartamento a machadadas?

    No limite, toda obra é especulativa. E se a história como a conhecemos fosse a história da luta de classes? E se o nordestino fosse, acima de tudo, um forte? E se o inconsciente fosse estruturado como linguagem?

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