quarta-feira, 9 de abril de 2014
avó
minha avó era mais ou menos legal. determinada, orgulhosa, vaidosa, só andou de ônibus até morrer e fez questão de continuar trabalhando até o final. aprendeu a falar hebraico sozinha e fazia discursos baseados na torá em todas as festas religiosas. mas fazia um bolo esquisito com cobertura azul ou verde ou rosa, não comia em nenhuma outra casa a não ser na própria, era teimosa e tinha uma coisa imperdoável: quando vinha cuidar de mim - meus pais e minhas irmãs saíam - ela dormia na poltrona da sala e o nariz fazia aquele chiadinho: fiii.
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a avó era a nonna. ela nunca seria um comentário, quase um libreto das costuras de ópera que cantava, enquanto seus pés acionavam a máquina que ajudava a vestir a despesa da casa.
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