sexta-feira, 14 de agosto de 2009

fundo

a nina, minha gata, está novamente doente. ela me olha crédula do fundo dos seus olhos grandes e me aceita. a mim, aos remédios, aos exames, aos traslados. sua elegância permite um miado baixo. só isso. eu não, nina. tenho vontade de chorar aos berros porque você adoece e tua ignorância da doença só faz aumentar minha sensação de impotência. às pessoas, que sabem de si e minimamente compreendem que estão doentes, permite-se que morram. mas como permitir que alguém que nada sabe, nada julga, nada pede, também vá embora? a morte exige um pouco de lógica. nina, me ajude.

2 comentários:

  1. Compreendo completamente e achei incrível o que você escreveu. Tenho quatro gatos (1 epilético), duas cadelas (1 epilética) e já perdi outros 3 gatos. Só quem tem bicho sabe o que é vê-los passar por doença. Muito boa sorte pra Nina e paz pro seu coração apertado. Um abraço forte,
    Juliana.

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  2. muito obrigada, juliana. que bom que você compreende!

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