quinta-feira, 27 de agosto de 2009

televisão

poucas coisas dão melhor (e pior) a noção de que muito tempo passou, do que ver o guto, filho do moacyr franco, na televisão. olhando para ele, olheiras fundas, calvo, bem mais velho do que era o moacyr franco quando eu era pequena, refiz um caminho súbito que foi da minha televisão pequena cor de laranja até minhas próprias olheiras atuais. eu adorava o guto e o mano, sonhava com eles e achava que eles viriam me buscar. gostava da música que o moacyr franco cantava sobre o garrincha: "sua ilusão entra em campo no estádio vazio, uma torcida de sonhos aplaude o talvez". brincava com minha prima no dial do rádio gigante da casa dela, embutido num armário de jacarandá. cada estação era um país diferente e sempre tinha um moacyr franco: um francês, um japonês, um americano. guto, você bem que podia ter vindo me buscar.

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