sexta-feira, 21 de maio de 2010

dança

na dança, é como se os corpos prescindissem das pessoas que os movimentam. como se fossem corpos sozinhos, cujo movimento é igual ao de uma abelha, um jaguar, um beija-flor. nada sabemos sobre ele. só ficamos olhando atônitos, tentando acompanhar um ritmo que fica entre a natureza e o artifício, em que o mais artificial, construído, planejado, parece ter brotado ali, do nada. os dançarinos são bichos com cara de gente e, a mim, isso é o que mais estranha e fascina.

3 comentários:

  1. dance, a little bit closer....me lembrou esse sucesso dos anos (70) 80?,rsrsrsr

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  2. O que é a manifestação artística, não?
    Seja esculpindo um poema, seja tecendo um quadro, seja - conforme o mote sobre o qual você se debruçou - dançando, é impressionante como o sortilégio da arte DESUMANIZA a sordidez de um humano; como você alude, quando os eflúvios da dança nos entorpecem a impressão que avoca é que eles são OUTROS, parecem animais, dada tamanha simetria entre os gestos. Esse fascínio, como disse acima, pode vicejar em terrenos poéticos, nas artes plástica, na música, na literatura, enfim, em todas as manifestações em que a subjetividade humana transcende, chega à um apogeu paroxístico e, dessa maneira, nos DESUMANIZA, dando origem a ARTE, materializado mediante a um artista. À grosso modo, eu diria que a arte é uma espécie de 'arco-íris' tangível que esporadicamente viceja em meio a aridez de um mundo caótico e despido de valores.

    Se dizem que quem dança os males espanta; eu diria que quem arde na arte, seus males se esvaem.

    Gostei à beça do seu blog: parabéns!
    Até mais.

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