terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ritmo

a quantidade de coisas viola os ritmos, estabelecendo, em seu lugar, compensações, arranjos, consertos, arrumações, substituições, emendas, improvisos. a respiração também acompanha este rompimento e os ombros sobem, a garganta prende, os dentes atritam, as costas vergam. no final do ano, os dias não passam, mas empurram-se e o natal e o ano novo são dias que ficam lá desmaiados embaixo dos outros dias, só com um dedo para fora, que fica gritando esgoelado: preciso passar, preciso falar uma coisa! de repente, no meio de uma hora atropelada da tarde, um daqueles bichinhos de luz nos lembra que há ritmo ainda, e uma respiração funda e lenta me faz acompanhar uma coisa, por um minuto que seja, em seu tempo propício.

Um comentário:

  1. Publiquei esse texto no meu blog, mas coloquei os créditos direitinho tá

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