quarta-feira, 20 de junho de 2012

tradução

no limite, por mais que se possa transmitir o mesmo significado em várias línguas diferentes, todas as palavras são intraduzíveis. daí a melancolia inevitável do tradutor, cujo trabalho é nada menos que o impossível. uma palavra como nascer, por exemplo, como traduzi-la, sem perturbação, para i was born? do "ser carregado" passivamente para o verbo plenamente ativo e sonoro de "nascer"? e tchau para au revoir, cala a boca para shut up, ser e estar para to be e gente para people? mas sem dúvida a melancolia do tradutor deve se transformar em depressão profunda quando ele é forçado, sem direito a protesto, a traduzir cocorocó por cock-a-doodle-do.

2 comentários:

  1. traduzindo em miúdos...amor interpretado em sapato?

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  2. E pra piorar, tem coisa mais intraduzível que as palavras: os usos e costumes. Como traduzir, por exemplo, o Tao Te King se a sociedade chinesa da época não guardava absolutamente nenhuma semelhança com as sociedades ocidentais da época ou de qualquer época?

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