segunda-feira, 15 de julho de 2013

besouro

repare no interior profundo da orquídea, qualquer uma. no centro das pétalas - sempre em forma de triângulo -e das sépalas que as recobrem, fica um pequeno abrigo de três mini pétalas que se fecham em torno do labelo. viu o labelo? no meio de estrias vermelhas, um micro orifício se entreabre como a um túnel, um ligeiro cone, em forma de vê. sobre ele paira, suspensa, uma proeminência que se prolonga a partir da pétala superior. o besouro que afunda nesse túnel, ao sair, esbarra nessa pelota, deixando cair parte do pólen que carrega e assim a reprodução se mantém, rarefeita e para sempre dependente desse acidente de percurso.

3 comentários:

  1. Querida, este comentário tem o valor de 79 outros. Seus textos estão na minha cabeça, posts no facebook, tweets no twitter. Aproveito a oportunidade para reforçar que os textos sem nenhum intenção são lidos por mim no longe e que por favor, nao pares de escrever (groups/readers). Estamos juntos e de alguma forma estamos, apesar da linguagem, estamos todos juntos.
    Um forte abraço de todos os cineastas do interior (falo apenas pelos que tomaram a mesma quantidade de vinho que eu) e etcétera, meu rei.
    Dois fortes abraços.

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  2. Adorei aprender a olhar para a orquídea da maneira como você a descreveu. Trouxe orquídeas para enfeitar seu texto. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9c/Blc_turambeat-flores.jpg/220px-Blc_turambeat-flores.jpg

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  3. o universo da orquídea! o orquidário. mundo vertiginoso de cores e cheiros que se entrelaçam. gosto de mato e vento, de amor e até sepulcros.orquídeas milenares. orquídeas vertidas em orquídeas. faces de muitas, lábios, carnes de orquídeas, compondo a rajada alegria do jardineiro.

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