quarta-feira, 24 de julho de 2013

todavia

odeio pernilongo odeio maionese odeio gente que se acha odeio falta de educação odeio quem não odeia nada odeio sirene odeio uma pessoa que uma vez me disse que odeia gente gorda odeio gente que fala que toda arte contemporânea é igual e que é tudo coisa de quem não tem o que fazer e que o filho faria igual odeio a palavra todavia, principalmente em literatura, mas também em textos acadêmicos odeio ser obrigada a usar conforme, de acordo com e segundo tal autor, mas não tenho como evitar, odeio banho gelado, mesmo depois de uma sauna odeio quem promete que vai fazer uma coisa, não faz e depois fica dizendo o quê? mas eu nunca prometi odeio gente que tem certezas absolutas incontestáveis odeio uma pessoa que eu não vou falar porque pegaria mal, mas ele só fala as coisas para criar polêmica odeio maionese odeio maionese.

3 comentários:

  1. minha mãe de 27, simples como uma larva de gafanhoto, sempre utilizava aquela frase pronta, que entranhou-se em mim para sempre: "o ódio, meu filho, é próprio dos corações mesquinhos"!!! (???)

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  2. Tinha uns seis anos e ainda morava no interior. Às vezes vínhamos para São Paulo, na casa da tia Nica, a madrinha. Ela e tio Antonio moravam no Bixiga num apartamento modesto. Para nós era o coração da cidade e o casal mais moderno, com televisão na sala e uma vitrola enorme. E a primeira vez que ela serviu pão Pullman com maionese Hellmmann's estava definitivamente inaugurada a modernidade.

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