segunda-feira, 1 de março de 2010

alma

roland barthes conta que, ainda no século XIX, michelet foi despedido de seu cargo como professor do collége de france, onde o próprio barthes lecionou. na sua despedida, os alunos, para tentar consolá-lo, lhe disseram: "professor, o senhor não nos ensinou nada. somente nossa alma é que voltou para o seu lugar". barthes usa isso como um exemplo do que ele chama de "desaprender". era essa a educação que ele praticava. não ensinar, mas aprender a desver as coisas do mesmo jeito (e não aprender a ver as coisas de outro jeito). ensinar não tem mesmo a ver com o quê, mas com o como. o "quê" do ensino, quando é inteiro, é também um "como". quando se está junto de um professor como barthes, uma professora como eu fico pequena, embora tudo na sua prática seja contra essa comparação. é um professor que ama o tempo todo. ama o erro, ama a fala, ama a falta. minha alma, ao lê-lo, sempre caminha para mais perto de seu lugar.

2 comentários:

  1. [existem muitas formas de ler Whitman, por exemplo... não é? A do Clube dos Poetas Mortos ainda é a minha leitura favorita, de Oh Captain My Captain...]

    abraçimenso, Noemi

    Leonardo B.

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  2. Amor. Só isso. Parece simples colocar a alma no lugar, mas ...

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