sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ser

anaximandro, refletindo sobre o sentido da existência, conclui que o melhor seria não ser, já que o homem tem direito a ser, mas morre, o que tornaria a própria vida um paradoxo. bartleby, dois mil e oitocentos anos mais tarde, responderia eternamente a seu chefe, que lhe pedia uma tarefa: prefiro não fazê-lo. bartleby, que já é um enigma de rebeldia e autonomia na estranha forma de uma recusa solitária ao mundo do trabalho, fica ainda mais potente quando carregado com esse precursor pré-socrático e poderia então responder: desculpe, senhor, mas o melhor seria não ser.

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