sexta-feira, 24 de julho de 2009

garfo

os dois últimos livros que li, until the end of the world, do david grossman, e patrimony, do philip roth, falam, correspondenemtente, sobre o medo da perda de um filho e o processo lento de acompanhamento da morte do pai. em pouco tempo vivi essas duas experiências contíguas e, de alguma forma, contrárias. mas, de qualquer forma, vivi bem próxima de sensações relacionadas à morte. foi difícil, mas bom também. não é exatamente que tenha compreendido melhor o que é a morte ou como perder alguém, mas principalmente aprendi um pouco mais (creio) a envelhecer. o inevitável do envelhecimento pode terminar por significar algo bom: o melhor de alguém é mesmo a maneira como se fala de uma barbearia que havia na esquina da rua lexington com a terceira, ou será que era a quinta? o melhor é como se segura o garfo, como se arruma o batom no reflexo de um garfo durante o jantar. e isso só mesmo a velhice permite saber. (ninguém arruma o batom em garfo, mas sim em faca ou colher e isso já é sinal de velhice também)

2 comentários:

  1. gostei disso, sinto assim tudo assim desse jeito que soa bom por mais absurdo que pareça já que é para ser teoricamente dificil e sofrido mas curiosamente reserva também uma sensação de completude e inteireza a tal ponto que não há garfo que não possa servir de espelho para retocar o batom....bj da marta toledo, equipe, etc...

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