domingo, 2 de agosto de 2009

taxi

quando voltamos ao hotel de varsóvia, o kanonia, à meia-noite e meia, a leda descobriu que tinha perdido o celular. liguei para o número dela e atendeu um senhor de voz grossa: álo! álo! speak english? no, no anglutski. polska. telefon? da, telefon. ia jezuitska ulitsa (rua jesuitska). daí só entendi o cara dizer, bem bravo, que não levaria o telefone na rua jesuitzka coisa nenhuma. fiquei tentando falar o polonês que não falo. du, táxi? da, supertáxi. ele era o spupertáxi. levei correndo o telefone para a recepcionista do hotel, que era praticamente uma espelunca, e ela conversou com o motorista do supertáxi. disse que ele não viria trazer o celular, que estava próximo dali e que devolveria o celular a um custo de vinte zlotys, contanto que nós fôssemos buscar. eu já estava de pijamas. coloquei um casaco por cima do pijama, as botas e fomos, numa neve que chegava até os nossos joelhos, atravessar a cidade antiga para encontrar o motorista do supertáxi. chegamos, pagamos e ele nos devolveu o celular sem falar nem uma palavra. voltamos rindo, chorando mesmo de rir, molhadas e inventamos o supertaxi, um super-herói que resgata celulares a vinte zlotys e que só tinha entrado em ação uma única vez, talvez para nunca mais.

Um comentário:

  1. Que delícia imaginar a cena... e que delícia mãe e filha se dando bem e curtindo assim, cheias de disposição e bom humor à meia-noite e meia no meio da neve!

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