sexta-feira, 4 de setembro de 2009
chão
em éfeso, supostamente a cidade em ruínas mais conservada da europa, soube que haveria um concerto, à noite, no teatro romano. chegando lá, o concerto era fechado. só para convidados importantes. esperei a chegada dos músicos - uma orquestra de câmara de músicos pobres e instrumentos cansados (exatamente como eu mais gosto) - e entrei com eles, fingindo ser musicista também. a antiga cidade romana vazia, numa noite de lua cheia, iluminada para a ocasião, e o teatro romano íntegro, cheio de convidados que vinham de um cruzeiro para petroleiros americanos, assistir a um concerto exclusivo de mozart. os convidados, champagne, caviar e eu. no intervalo, a hostess do navio veio gentilmente me perguntar: você é passageira? não, não sou. sinto muito, senhora, mas será necessário retirar-se. saí e fiquei do lado de fora, sentada no chão ancestral de éfeso, onde pisou heráclito, que descobriu a história de nunca duas vezes no mesmo rio, ouvindo o resto de mozart. meu amigo ainda conseguiu dizer para a hostess: já fui expulso de lugares melhores! eu nunca fui.
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isso é verdade ou ficção?
ResponderExcluirhoje vi o poema seu que o Antonio Cicero republicou no blog dele. Não sabia que existia esse seu livro, vou comprar.
bjo grande
Oi, Noemi.
ResponderExcluirGosto muito dos seus escritos postados no blog e passei para lhe dar os parabéns.
Bom feriado!
rafael,
ResponderExcluiré verdade verdadeira. mas depois do meu poeminha, a verdade também fica duvidosa...
beijo!
jura que você foi pra esse lugar? que sonho... ontem assisti marta argerich, conversas noturnas. nesse documentário el não toca mozart, mas as sonatas de beethoven e outras delicias de morrer. já viu? é lindo.
ResponderExcluirnunca vi, pat, mas vou procurar, porque sei que ela é ótima! brigada e beijo!
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