sexta-feira, 13 de agosto de 2010

chopin

cada nota do noturno opus nove número dois de chopin soa como uma possibilidade inteira, a terra inteira se curvando na direção do sol, o mar obedecendo ao vento, ou somente um palito de fósforos riscando o fogo. as notas seguem umas às outras, mas é como se não precisasse; como se cada uma delas, mesmo nas sequências mais rápidas, existisse sozinha e a outra só viesse para lhe fazer companhia. a melodia bate diretamente no peito e posso sentir meu coração e pulmão mais firmes e prontos para a vida.

3 comentários:

  1. pois é, o texto - disse alguém - tenderá sempre à música. e a música é um mistério indecifrável, quase. não?

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  2. roubei com os devidos créditos pro meu blog, esse pedacinho de perfeição de descrição.

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  3. perfeito, noemi. vou ouvir os noturnos com esse seu lindo texto na cabeça.
    amei.
    beijos
    p.

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